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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

REDE SOCIAL

David Fincher é um dos grandes diretores americanos em atividade, embora tenha feito o insosso "O curioso caso de Banjamin Button" fez dois de meus filmes predilétos "Clube da luta" e o genial "Zodíaco" percebe-se um certo minimalismo histórico no seu novo trabalho que relembra o a investigação do assassino do zodíaco. O filme se inicia com uma cena espetacular num bar que Mark Zurckerberg (Jesse Eisenberg) conversa com sua namorada, ou ao menos tenta, já que o fluxo de consciência e a rapidez de raciocínio do protagonista é tamanha que este mistura três assuntos com uma velocidade extenuante que faz com que sua namorada desista, pois além de humilhada pelas palavras cruéis de Mark não consegue processar a maioria das informações com a mesma rapidez com a qual ele as diz; Assim sendo nos é apresentado um dos jovens mais bem sucedidos da história, hoje bilionário, criador do facebook, uma persona extremamente racional, com intelécto avançadíssimo mas que beira o autismo social por não compreender as nuances comportamentais ao ponto de magoar pessoas com um pequeno punhado de palavras. O filme nos apresenta Mark já na faculdade de Harvard aonde desenvolve primeiramente um site que faz a comparação de fotos das estudantes e os internautas votam qual de duas é a mais bonita, num exercício preconceituoso. O site teve milhares de acessos em poucas horas e chamou a atenção de dois prestigiados estudantes,irmão gêmeos, de lá, que o convidam para desenvolver uma rede social restrita com os dados sociais dos seus estudantes, ele aceita o trabalho mas começa a desenvolver sua própria rede social com os contatos fornecidos pelos irmãos, com a ajuda de seu amigo Eduardo Saverin, brasileiro, (Andrew Garfield o novo homem aranha) eles projetam e desenvolvem a rede social com o nome de The Facebook, com o lançamento os usuários começam a usar e os irmãos ficam sabendo e tentam de todas as formas contatá-lo, enquanto isso Mark vai para California instala um escritório lá com a ajuda de Sean Parker (Timberlake)também criador do Napster, e começam a divulgação em massa através das dezenas de outras universidades, com isso o facebook se torna uma febre e os irmãos processam Mark por plágio. Entre as muitas desavenças criadas por causa da montanha de dinheiro que se tornou o Facebook o filme gira em torno de dois julgamentos desses processos. Uma grande qualidade também reside no ótimo roteiro com diálogos primorosos e câmera sempre precisa de Fincher que numa das cenas mostra os nerds horas e horas em casa programando e o pessoal de várias fraternidades se embriagando e participando de orgias juvenis num contraste magnífico. Mas na verdade o filme explora ou tenta explorar a figura de Mark que com suas manias de grandezas, genialidade e traições arquitetadas nos dá um personagem complexo que deixa em seu rastro uma fantástica ìronia, o fato do criador da maior rede social do mundo ser uma pessoa terrívelmente solitária.

MEGAMENTE


A Dreamworks já havia me surpreendido com o divertido "Como treinar o seu dragão" e agora repete a surpresa com esse Megamente. Primeiro por seu protagonista ser voz do excêntrico divertido Will Ferrel, que devia fazer mais dramas também, visto "Mais estranho que a ficcão", nessa animação ele é o estereótipo do vilão de quadrinhos com suas entradas fantásticas e planos maquiavélicos, que tem por motivação destruir a cidade protegida pelo superherói, nesse caso o Metroman, cópia canastra do Superman dublada divertidamente por Brad Pitt, o grande problema do nosso antiherói é que ele logra êxito em sua empreitada conseguindo exterminar o herói e tomando conta da cidade, isso o deixa eufórico no início contudo o faz refletir existêncialmente sobre seu papel agora que seu algoz não mais existe a imprimir o conflito, com isso ele decide criar um novo super para que possa voltar a combatê-lo, fazendo uma miscelânea de Frankestein, Piada mortal e o Magneto dos Xmen que nos diverte principalmente pelas gags do protagonista que é um alienigena como o Metroman mas que ao chegarem aqui tiveram familias, criações e educações completamente díspares, e megamente sendo pereptoriamente excluído do convívio das pessoas por ser diferente desde a a infancia não vê saída que não ser um marginal como a margem do rio que nunca entra no fluxo desse. Pois megamente não só se misturou nesse leito do rio como o purificou assim como no maravilhoso Ratatouille e seu excluído Remy que parecia representar a escória da sociedade somente pelo fato de ser taxado como tal mas que guardava em si um talento sem igual que quando pôde ser mostrado foi aplaudido de pé por aqueles que uma vez o amaldiçoaram. Eles só precisaram de uma oportunidade.  

SCOTT PILGRIM VS O MUNDO

Edgar Writgh sempre teve minha atenção por suas produções, seja pela hilária série "Spaced" quanto por seus dois filmes, Shawn of the dead, já comentado nesse blog, e o também ótimo Hot fuzz, principalmente por sua vivacidade na camera pós-moderna e seus cortes super rápidos tratando de assuntos recorrentes nas rodas de nerds, como herois de ação, juventude e comédia, tudo muito bem arquitetado pelo ágil roteiro e tiradas visuais geniais. Então quem melhor para dirigir a maior fábula pós moderna dos quadrinhos que não o próprio? Com isso temos um dos melhores filmes desse ano e digo isso de longe, juntamente com A origem e Rede social, A historia gira em torno de Scott um rapaz com seus 22 anos sem muito rumo ainda naquela idade complexa de saída da adolescência chegando a maturidade, que tem uma banda de garagem no gelado Canadá e que começa a namorar uma adolescente de 16 anos mas que depois esquece ao se apaixonar por uma garota chamada Ramona Flowers, o romance começa e tudo anda bem até que ele é desafiado para uma luta pelo primeiro ex-namorado do mal de Ramona que faz parte da liga de ex-namorados de Ramona Flowers como eles mesmos se intitulam, a partir daí o filmes despenca num caldirão sem fim de alusões ou homenagens descaradas a videogames, desenhos e séries de Tv que permearam meu imaginário e continuam a fazê-lo até hoje. Referências muito bem concatenadas com a eletrizante direção de Wright com tiradas geniais e movimentos de câmeras ja usados em seus outros dois filmes, mas aqui sua inventividade e dinâmica elevam-se brilhantemente. Suas cores vibrantes, lutas fantásticas e humor delicioso são a mais perfeita tradução da geração internet, feito de extremo êxito e complexidade orquestrado por um dos mais criativos artistas ingleses da atualidade até pela escolha de Michael Cera como Scott que tem o semblante perdido e plugado dessa nossa juventude melancólica que busca, mas não muito, por um objetivo, e quer maior objetivo que o amor? Nem que você tenha de passar por diversas fazes e chefões para que você consiga a princesa no final. Simplesmente fabuloso.